sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Melhores vinhos provados 2017 | por Duarte Silva

Passado o Natal, onde suspeito que se abriram grandes vinhos a acompanhar a ceia Natalicia, em família, eis que estamos na reta final do ano. E na sequência do que fizemos para as escolhas de vinhos para o Natal, voltamos a lançar o desafio a alguns enófilos apaixonados para seleccionarem, desta feita, os melhores vinhos provados no ano 2017. Os vinhos de mesa, generosos e bolhinhas que mais impressionaram os sentidos. Alguns são muito difíceis de encontrar, outros nem tanto, mas uma coisa é certa, são todos grandes, grandes vinhos. Aqui ficam as escolhas de Duarte Silva:

Este ano provei tantos vinhos grandiosos que é difícil de escolher quais os melhores e por isso vou sempre selecionar vários em cada categoria. 


Ao nível dos brancos destaco o Buçaco 1958 pela frescura, intensidade e a mostrar que ainda está para as curvas mais uns anos, e mais recentes o Parcela Única 2012 que está verdadeiramente notável, tal a sua potência e elegância, nem parecendo um alvarinho e o Coche 2015 que está com uma qualidade invulgar para um vinho novo pelo que se augura um futuro verdadeiramente brilhante para ele, mas o melhor branco que provei este ano foi o Clos des Mouches 2012 do Joseph Drouhin, em que a palavra que melhor o descreve é, Classe. 


Ao nível de tintos foram tantos os que provei verdadeiramente grandiosos que só vou destacar alguns, sendo que nos velhos, o Fata 1958 pelo seu equilíbrio e elegância notáveis e o Buçaco 1960 pela enorme potência que ainda conserva. Ao nível do novos, destaco o Quinta do Crasto Vinha da Ponte, Legado 2012 e o Quinta do Vallado Adelaide 2012 que é um vinho com um equilíbrio notável entre potência e elegância mas em níveis extremamente elevados e com um final interminável. Outros vinhos que me impressionaram muito foram o Mouchão Tonel 3-4 2011 e o Periquita Superyor 2014 mas só darão o prazer para que foram feitos lá para 2024 ou até mais tarde, face à sua grande potência ainda não domada. 


Ao nível dos licorosos adorei o Vasques de Carvalho 40 anos, o HH Terrantez 20 anos e o Blandys Terrantez 1976, sendo que o meu destaque vai para uma categoria pouco conhecida que são os vinhos de Porto Branco e para o que mais gozo me deu beber em 2017, o Andresen 40 anos, porto de grande complexidade com aromas de frutos secos e pêssego e algumas notas de mel e com final de boca muito longo e acidez equilibrada para o nível de doçura que tem, que não é muita.


Só ao nível dos espumantes é que foram poucos os provados, sendo que em Portugal continuo a preferir o Vértice Gouveio 2007 e em champanhes fiquei impressionado com o nível dos Deutz desde o "normal" Brut Rose Non Vintage até ao distinto e muito invulgar William Deutz 2006, já com muitas notas de evolução passando por outros mais consensuais como o Brut Vintage 2012 ou o Blanc des Blancs 2010.

Duarte Silva

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