segunda-feira, 17 de julho de 2017

Radar do Vinho: Quinta do Regueiro

A Quinta do Regueiro situa-se em Melgaço. É constituída por 6ha de vinha e distingue-se dos demais produtores da região pelos seguintes factores: Vinhas em altitude, solos graníticos e intervenção minimalista nos vinhos que produz, respeitando ao máximo a casta Alvarinho, e o terroir da sug- região de Melgaço.

A história inicia-se em 1988 com a plantação da primeira vinha de Alvarinho, mas é só em 1999 que nasce o primeiro vinho. Desde então tem sido um caminho de sucesso que coloca a Quinta do Regueiro, na minha opinião, no top 3 dos produtores de grandes brancos da região.

Este é um projecto familiar, no qual o homem do leme é Paulo Cerdeira Rodrigues, homem de uma humildade e generosidade tão graciosas que acrescem ainda mais valor a este projecto. Depois, é claro, os vinhos acabam por reflectir um pouco da personalidade de quem os produz e nesse sentido, Regueiro produz vinhos autênticos, sem maquilhagem, que privilegiam o que a terra dá e que no final dão muito prazer à mesa, para além de garantirem uma longevidade muito grande.


"Os vinhos alvarinho produzidos pela Quinta do Regueiro distinguem-se pela sua originalidade e tipicidade, fruto de um “terroir” que lhes confere propriedades únicas, em termos de mineralidade. Distinguem-se também pelos elevados níveis de qualidade obtidos consistentemente, ano após ano, graças ao sentimento e a dedicação do produtor às vinhas e ao vinho"  - Palavras retiradas da página do facebook do produtor, mas que exprimem tão bem o projecto.

A Quinta do Regueiro produz vários vinhos sobre a marca Regueiro, para além de alguns raridades e colaborações que vão surgindo. Aqui fica a gama principal comercializada e que é obrigatório conhecer e provar:

Regueiro Alvarinho / Trajadura


15,5/20. Fresco, equilibrado, frutado, mas nada exuberante. Bem conseguido e acima dos seus pares no que concerne aos blend estilo "muralhas" ou "Torre de Menagem", apresentando um pouco mais de corpo e profundidade. PVP: 4,5€

Espumante Regueiro

16/20. 100% produzido de alvarinho, pois claro está. Um espumante Bruto, bem equilibrado, com bolha fina, mousse agradável, tudo bem composto. Claramente acima da média, numa região, que na minha opinião ainda não apresentou um "mega" espumante. PVP: 13€

Regueiro Reserva


16,5/20. Um Alvarinho muito mineral e fresco, com uma excelente acidez. Muito puro, com uma boa estrutura, fiel à casta, sem notas tropicais, muito focado no lado citrino. Um belo branco, ano após ano. Bebe-se com enorme prazer. PVP: 9,90€

Regueiro Primitivo

17,5/20. Feito a partir das vinhas mais antigas da quinta. Elegante e de aroma contido, mas tudo num registo fino e de grande profundidade. Citrinos frescos (tangerina, toranja), mineralidade, tanto no nariz como na boca, a conferir um corpo envolvente e uma acidez limonada que lhe dá um "nervo" impressionante, bem como um final longo. Estou completamente rendido a este vinho, sobretudo a colheita de 2015, que está aí para durar. PVP: 14,5€

Regueiro Barricas

17,5/20. Se o Regueiro Primitivo feito das uvas mais antigas da propriedade é fino e cheio de nervo, o "Barricas" é ainda mais mais preciso e delicado. São apenas 2000 garrafas de um branco que amadurece em barrica, como o próprio nome o sugere. A madeira aparece sempre superiormente integrada, conferindo-lhe apenas a complexidade e arredondamento extra, que o elevam a outro patamar de "finesse". Um exemplo claro de como utilizar a madeira de forma a potenciar a uva Alvarinho, sem marcar em demasia. Um grande vinho juntamente com o Primitivo a mostrar 2 formas de apresentar a casta Alvarinho, produzindo 2 brancos superiores. PVP: 17,5€.

Sérgio Lopes


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