quinta-feira, 22 de junho de 2017

A abertura do garrafão de Colares "Genuíno" (parte 1)

Como estava aprazado há mais de um mês,cerca de metade dos felizardos inscritos no histórico evento apresentou-se no Parque Eduardo VII às 16 h, para rumarem a Colares. 

Não obstante a terrível canícula (de má memória para todos os portugueses) só dois chegaram ligeiramente atrasados, retidos nas filas da ponte 25 de Abril. O entusiasmo era, portanto, enorme e o calor não fazia desfalecer ninguém! Os restantes felizardos aguardavam em Almoçageme - cerca de 10 graus a menos do que em Lisboa - a chegada do autocarro. Criou-se, então, um grupo de 56 felizardos, que se dirigiu às vinhas de chão-de-areia, em Fontanelas. 

O objectivo era dar a conhecer a paisagem vitícola de Colares, todo o processo de produção de uvas e uma viticultura heróica, única no mundo, que teima em resistir aos efeitos devastadores da globalização. Havia a convicção que após esse périplo muitos dos presentes sentiriam, por certo, a alma do vinho de Colares e estariam emocionalmente preparados para o grande acontecimento na Adega Viúva Gomes. 

Muitos dos estrangeiros que nos acompanharam (americanos, ingleses, eslovenos e asiáticos) não conseguiram disfarçar a sua imensa surpresa com as "vinhas" de chão-de-areia, sorrindo, fotografando, filmando e chegando ao ponto de perguntar se "davam uvas"! Depois de vermos as vinhas velhas (e muito velhas), quiçá as produtoras das uvas que deram o vinho que estava no célebre garrafão, rumámos a Janas, onde visitámos a mais nova vinha de chão-de-areia da região, que vai dar uvas pela primeira vez este ano. 

O nosso guia foi o Nuno Ramilo, que eu convenci a deixar de projectar pontes e barragens para transformar os pinhais da família em vinhas de Colares! Os mais de dois hectares que plantou torná-lo-ão, em breve, o maior "latifundiário" de Colares e um dos guardiões de saberes antigos, pois já o avô dele era grande vinhateiro e famoso negociante de vinhos. Estava feito, com o agrado de todos e a surpresa de muitos, o trabalho de campo. Havia, pois, que rumar a Almoçageme, para mais emoções fortes.

Fotos cortesia de Rui Viegas

Seguinte >>

Professor Virgilio Loureiro

Sem comentários:

Enviar um comentário