terça-feira, 30 de maio de 2017

Vinal - Vinhos de Altitude, uma bela edição, mas a merecer maior adesão

A Vinal - Vinhos de Altitude realizou-se no passado dia 27 e 28 de Maio na Adega Cooperativa de Vila Nova de Tazém. Organização da Revista de Vinhos - essência do vinho com o apoio da câmara municipal de Gouveia.

Esta adega com um grande histórico na região disponibilizou as instalações que proporcionam um quadro que deram uma patine muito especial ao evento. O conceito vago cobre aparentemente os produtores da sub-região Serra da Estrela do Dão. Numa anterior edição tentou-se ser mais abrangente, mas nesta encontravam-se quase exclusivamente aqueles. Entre provas, masterclasses e show cookings, estavam presentes uma dúzia de produtores. 

Foi com alguma pena que constatei que muitos produtores não deram a devida importância ao evento. Penso que haveria que dar à "terra" o que a terra lhes dá. Pessoalmente a melhor definição do evento foi dada na masterclass do Dirk Niepoort, uma região que é uma referência histórica nacional e que anda à procura da sua via. Uma região que permite criar vinhos elegantes e longevos, mas onde muito tentam replicar os vinhos "pesadelo" de outras regiões. Nas referências que seleccionou estavam presentes formas diferentes da procura do caminho, por meios diferentes, mas onde o resultado final ia de encontro à elegância e frescura natural da região. Outra masterclass de vinhos antigos da Coop de Tazém provou, se necessário fosse, o passado glorioso desta casa e da região.

Dos vinhos provados, destaco o seguinte:

Da Pellada poucos vinhos à prova: quinta de saes reserva 15 branco está um mimo, o saes tinto 14 uma maravilha com uma fruta generosa e um vinho salivante. Acho tudo o que é mob tinto muito delicado mas em geral fruta escondida e fechados. Brancos porreiros.Da niepoort, os rótulo são porreiros, os concisos muitos bons. Muito limpos e elegantes. Não se procura aqui impressionar com o músculo mas com o máximo da elegância. 

Da Passarella destaco o rosé, o Abanico e o Vinhas Velhas tinto 13. Do novo grande produtor da zona, a Seacampo, a marca Pai Américo tem um jaen e um grande escolha branco interessantes. Espinhosa vinhos nesta fase com um toque doce. Casa de São Matias interessantes. Quinta da Bica colheita, jaen e vinhas velhas 11 muito bons. Quinta de Margaride com bons vinhos, secos, asuteros. Garnachos no mesmo registo. Coop de tazem com vinhos muito interessantes, sobretudo reserva branco 15 e tinto 13. Grande Escolha 13 num nível superior, muito bom. Surpresa foi o bib dado à prova na masterclass pelo Dirk, fruta muito limpa e guloso. Madre de água Perpetum 16 a melhorar. Quinta da Ponte Pedrinha 16 adocicado, não do meu agrado. Reserva 11 tinto muito escondido atrás da madeira. Belos colheita 14 tinto e touriga nacional. Vinhas velhas 07 em fim de vida?

Em resumo uma bela primeira edição nestes moldes, a merecer continuação com, espera-se, uma melhor divulgação regional e nacional.

João Craveiro Lopes (Wine Lover)

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