sexta-feira, 10 de março de 2017

Arena de Baco: Prova Vertical de Duorum


Numa altura em que se comemoram os 10 anos do projecto Duorum, localizado no Douro Superior, esta prova não poderia ter acontecido em momento mais oportuno. Acho que posso afirmar que foi a primeira prova vertical MUNDIAL completa dos vinhos Duorum Colheita Tinto. A prova foi realizada graças ao Amândio Cupido que conseguiu juntar todas as referências desde 2007 ( nascimento do projeto) até 2014 (última colheita atualmente no mercado).

Juntamo-nos então à mesa a provar cada um dos vinhos, acompanhando uma carninha com arroz bem saborosa, preparada pelo... Cupido. Regra geral, conseguimos perceber que esta joint-venture entre João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco não é uma "receita", isto é, cada vinho respeitou o correspondente ano de colheita e isso foi notório: Começamos com o 2014, ainda muito marcado pela madeira, a mostrar um lado "doce" que não agradou muito. Suspeitamos que irá "acalmar". 2013 e 2012 começaram a mostrar um perfil mais fresco e frutado, bem agradável, com todos os elementos muito melhor integrados, denotando que esta referência necessita de uns 5 anos no minimo para se mostrar melhor. 2012 foi por ventura um dos favoritos em prova, pela enorme frescura apresentada. Depois tivemos uma espécie de interregno entre a matriz que estávamos a sentir, uma vez que o 2011 se mostrou muito duro, seco e marcado pela madeira, num registo mais austero. Talvez a precisar de tempo? O 2010, o mais evoluído de todos, completamente fora do registo dos anteriores. Parecia um vinho com mais idade... 2009 recuperou a excelente forma e linha condutora dos 2012 e 2013. Foi outro dos favoritos em prova. 2008 na mesma linha, um pouco menos complexo. 2007 mais misterioso, talvez com um piquinho de "tca" e não deu para entender completamente o seu potencial.

Em resumo, são vinhos que se encontram facilmente nas grandes superfícies, vinhos gastronómicos e com alguma complexidade. Capazes de agradar ao consumidor exigente qb e bastante ao consumidor comum. Uma escolha segura para um qualquer jantar de amigos, com o acrescento de se poderem guardar algumas garrafas para se verificar a sua evolução futura.

Off topic, terminamos a noite com um LBV 1996 da Poças que estava muito bom. Não tem nada a ver com a prova, mas serve para reiterar a grande capacidade de envelhecimento que os LVB detêm e cada vez me impressionam mais.

Daqui por 10 anos, fazemos nova prova mundial completa de Duorum. Quem sabe.

Sérgio Lopes

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